quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Amor...por si só!


Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar.

Aos que pensam em voltar...
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O AMOR É ÚNICO, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.
A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A SEDUÇÃO tem que ser ininterrupta...
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia SER ETERNA.
Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, RESPEITO.
Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas.
Tem que haver
BOM HUMOR para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar só é pouco. Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra.
Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou.
É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar "solamente", não basta.
Entre homens e mulheres que acham que O AMOR É SÓ POESIA, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.
O amor é grande, mas não são dois. Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

(Artur da Távola)


Amor! O melhor sentimento do mundo...quando sabe ser vivido, quando sabe ser apreciado e principalmente valorizado...
A melhor sensação é estar apaixonado, nada mais importa, você ri a toa, se perde em meio a pensamentos e lembranças e quando ve, esse sentimento tomou conta de todo o seu ser...
O mundo pode estar desabando, mas basta um abraço dele(a) para tudo ficar bem...
A intensidade do olhar, aquele olhar de cumplicidade, de companheirismo, de paixão!
Tudo que o outro faz é lindo, mesmo que seja a coisa mais sem sentido que vc já viu
Ninguém sabe o segredo para se apaixonar, simplesmente acontece, e quando acontece tem que dar o melhor de si, para todos os dias acordar sendo feliz ao lado da pessoa...pra fazer o outro feliz...
Passa a valer a pena os momentos de silêncio, de renuncia e de abrir mão da razão, afinal, o amor não conhece a razão! Ele apenas conhece o lado bom das pessoas, sem brigas, sem lutas, sem competição, sem desentendimento... isso é o amor na sua mais pura face...
E de que adianta palavras frias e asperas, quando o melhor é poder se aconchegar nos braços do ser amado?
Nada melhor no mundo, do que perder o folêgo por saudade, pela alegria do reencontro... pela expectativa do beijo tão desejado.



[Postando ao som de: Lifehouse - You and Me]

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tempo... és um dos Deuses mais lindos


...sentou-se para descansar e em breve fazia de conta que ela era uma mulher azul porque o crepúsculo mais tarde talvez fosse azul, faz de conta que fiava com fios de ouro as sensações, faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos, faz de conta que uma veia não se abrira e faz de conta que dela não estava em silêncio alvíssimo escorrendo sangue escarlate, e que ela não estivesse pálida de morte mas isso fazia de conta que estava mesmo de verdade, precisava no meio do faz de conta falar a verdade de pedra opaca para que contrastasse com o faz de conta verde-cintilante, faz de conta que amava e era amada, faz de conta que não precisava morrer de saudade, faz de conta que estava deitada na palma transparente da mão de Deus,... faz de conta que vivia e que não estivesse morrendo pois viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte. Faz de conta que ela não ficava de braços caídos de perplexidade quando os fios de ouro que fiava se embaraçavam e ela não sabia desfazer o fino fio frio, faz de conta que era sábia bastante para desfazer os nós de corda de marinheiro que lhe atavam os pulsos, faz de conta que tinha um cesto de pérolas só para olhar a cor da lua pois ela era lunar, faz de conta que ela fechasse os olhos e os seres amados surgissem quando abrisse os olhos úmidos de gratidão, faz de conta que tudo o que tinha não era faz de conta, faz de conta que se descontraía o peito e a luz douradíssima e leve a guiava por uma floresta de açudes mudos e de tranqüilas mortalidades, faz de conta que ela não era lunar, faz de conta que ela não estava chorando por dentro...

(Clarice Lispector)


O tempo do faz de conta é necessário, ainda mais nas horas da vida onde você não sabe onde fica a saida, não sabe se escolhe a ti ou aos outros, o teu sofrimento ou do outro, não sabe escolher entre o bem e o mau.

Há momentos que o melhor caminho é fechar os olhos e se imaginar no mundo do faz de conta, onde não há problemas, não há sofrimento, não há medo nem adversidades...num mundo onde as pessoas sempre estão sorrindo. Não há rancor, apenas sorrisos. Num mundo onde há apenas o príncipe e a princesa e estes podem dançar nos jardins verdes e coloridos, do castelo...uma linda valsa.

Num mundo onde voar é possível...


[Postando ao som de: Caetano Veloso - Oração ao Tempo]